Desenvolvi o texto abaixo para o blog do site Controle Urinário (www.controleurinario.com.br). Para ler o conteúdo no próprio site, clique aqui.
Recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a inserção da toxina botulínica para o tratamento da bexiga hiperativa na cobertura de procedimentos dos planos médicos. A medida vai beneficiar milhares de pessoas portadores dos planos de saúde que apresentam a doença e que é estimada em 30% da população, seguindo parâmetros internacionais.
A bexiga hiperativa, como o próprio nome sinaliza, é caracterizada por uma atividade ou funcionamento excessivo da bexiga e tem entre seus principais sintomas a vontade constante de urinar e o aumento do número de micções, durante o dia e a noite, mesmo quando a bexiga não está completamente cheia. Ela também pode gerar perda involuntária de urina e por isso costuma ser confundida com a incontinência urinária.
Segundo o mestre e doutor em urologia pela UNIFESP, dr. José Carlos Truzzi (CRM SP-70519), para concluir o diagnostico da bexiga hiperativa é importante identificar sua origem, que pode ser neurogênica ou idiopática, sendo o primeiro caso comumente atrelado a doenças neurológicas como AVC (derrame), trauma raquimedular, doença de Parkinson e esclerose múltipla. Na inexistência destas causas, a disfunção é classificada como idiopática, ou seja, sem um fator diretamente relacionado.
“A bexiga hiperativa representa um dos problemas urinários mais frequentes em todo o mundo, com importante impacto negativo na qualidade de vida. A inclusão da aplicação vesical de toxina botulínica no rol da ANS amplia a possibilidade de tratamento para os portadores de bexiga hiperativa neurogênica e não neurogênica”, explica dr. Truzzi.
Entendendo a atuação da toxina botulínica no tratamento da bexiga hiperativa:
A toxina botulínica tem apresentado resultados efetivos no tratamento da bexiga hiperativa, tanto pelo efeito quanto pela duração do medicamento. Com permanência média de seis meses de seus benefícios no organismo, a toxina botulínica não apresenta os efeitos colaterais frequentemente causados pelos remédios orais.
A administração da toxina botulínica na bexiga é realizada através de um cistoscópio (tipo de endoscópio para via urinária), sob anestesia local, raquidiana ou sedação. O procedimento é realizado em caráter ambulatorial ou de hospital Dia, com paciente recebendo alta em aproximadamente duas horas após o procedimento.
O medicamento age relaxando os músculos da bexiga e assim inibindo a contração involuntária que gera a vontade de urinar.