Desenvolvi o texto abaixo para o blog do site Controle Urinário (www.controleurinario.com.br). Para ler o conteúdo no próprio site, clique aqui.
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Você sabia que as disfunções da bexiga que geram perda urinária podem ser minimizadas e até prevenidas com a ajuda dos exercícios pélvicos? O tratamento é reconhecido como de primeira linha para as incontinências urinárias. E também possui importante papel nas disfunções anorretais, dores pélvicas, prolapsos genitais (perda de sustentação dos órgãos) e disfunções sexuais.
A fisioterapeuta uroginecológica e membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Pélvica (ABFP), Mônica Lopes (CREFITO RJ-43280), explica que a terapia fisioterápica é indicada para pessoas que apresentam incontinência urinária de esforço,de urgência, mista, pós-prostatectomia (retirada da próstata), ou ainda da incontinência urinária de origem neurogênica (com lesão incompleta).
De acordo com a especialista, os resultados são bastante importantes, variando de acordo com o tipo e a gravidade do problema, mas são especialmente efetivos em indivíduos com a incontinência urinária de esforço e com incontinência de urgência, esta última aplicada com outras terapias adjuvantes.
Indolor, de fácil realização e acessibilidade, a fisioterapia pélvica apresenta estes resultados porque atua no fortalecimento, tônus e coordenação dos músculos do assoalho pélvico, diretamente utilizados no ato miccional.
Mônica destaca que se as pessoas, principalmente as mulheres, que são mais suscetíveis às disfunções perineais, tivessem mais consciência do funcionamento do seu status perineal, muitos dos problemas relacionados às disfunções urinárias poderiam ser evitados. “As mulheres, especialmente, deveriam incluir a avaliação pélvica já a partir do início da sua vida sexual, que auxiliaria muito no seu autoconhecimento, na prevenção das disfunções miccionais e colorretais, além de colaborar para a sua função sexual”.
A fisioterapeuta ensina como testar os músculos perineais para descobrir o nível de controle sobre o períneo (assoalho pélvico), orientando a seguinte atividade: quando a pessoa for urinar, interromper o jato e depois deixá-lo sair. Essa prática não é um exercício e sim um teste para ajudar a identificar a sensação gerada pela contração dos músculos, e só deve ser feito uma vez ao mês.
Confira abaixo dois exercícios rápidos recomendados pela fisioterapeuta para a prevenção e tratamento das disfunções urinárias.
Com auxílio de uma cadeira
Sente-se em uma cadeira e apoie as mãos nas coxas. Deixe os pés paralelos, totalmente apoiados no solo e distantes 30 cm um do outro. O contato do períneo (músculos do assoalho pélvico) com a cadeira lhe dará mais percepção ao movimento. Os exercícios podem ser realizados no metrô, ônibus ou em casa, contudo deve-se sempre prestar atenção ao movimento.
Contração Rápida
Contraia os músculos perineais imaginando que você está tentando evitar soltar gases. Contrair por 1s e relaxar por 3s (contrai-solta) – realizar 10 repetições, de 2 a 3 vezes ao dia.
Contração Lenta
Mantenha-se sentado, inspire o ar e ao expirar (soltar o ar) realize a contração perineal sustentando de 05 a 10 segundos. (o tempo que conseguir, sem auxílio dos músculos abdominais). Relaxe por 10 segundos até a próxima contração perineal – realizar 10 repetições – de 2 a 3X por dia.
Mas atenção, como em qualquer tratamento, a fisioterapia pélvica também requer uma consulta ao especialista para o devido diagnóstico, prescrição e acompanhamento dos exercícios mais adequados a cada caso, para garantir que sejam realizados corretamente e atinjam a evolução e resultados necessários. Além disso, conta com equipamentos que aceleram os resultados.