Disfunções do trato urinário durante a gestação e o pós-parto

Disfunções do trato urinário durante a gestação e o pós-parto

Desenvolvi o texto abaixo para o blog do site Controle Urinário (www.controleurinario.com.br). Para ler o conteúdo no próprio site, clique aqui.


Estima-se que no Brasil a incontinência urinária, caracterizada pela perda urinária de forma involuntária, atinja mais de 10 milhões de pessoas, com proporção de acometimento bem maior no sexo feminino, principalmente a partir da terceira idade. A explicação para esta maior incidência nas mulheres varia de acordo com o tipo de disfunção apresentada, mas tem entre as causas mais comuns, diferenças anatômicas, alterações hormonais e consequências do pós-parto vaginal.

“A incontinência urinária de esforço, por exemplo, é mais atribuída às mulheres por sua ligação direta com o enfraquecimento do assoalho pélvico, agravado com o avanço da idade. Entretanto, é cada vez mais frequente o aumento das queixas de incontinência de urgência e mista”, explica Dr. Francisco Coutinho (CRM RJ-561412), membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBC) e da International Continence Society (ICS).

Esta perda urinária pode acontecer por esforço físico, como tosse, espirro (incontinência de esforço), por um desejo imperioso e inadiável de urinar (incontinência de urgência), e também pode ocorrer nas duas situações anteriores, que é conhecida como incontinência mista. Outras formas de perda da urina se dão por motivos secundários, como a perda de contração vesical (transbordamento), má formação (implante ureteral anômalo), Iatrogênia (fistulas pós-cirúrgicas), entre outros.

A respeito das possíveis consequências do pós-parto vaginal para a ocorrência da incontinência urinária, dr. Coutinho explica que ocorre devido aos períodos expulsivos prolongados e bebês muito grandes, e também por fatores associados à própria gestação (peso e esforço).

Na menopausa, especialmente após 60 anos, em que estatísticas revelam que 20-30% das mulheres apresentam a disfunção, estas explicam-se pelas alterações hormonais e da estrutura da musculatura do assoalho pélvico, bem como do músculo detrusor, o músculo da bexiga.

Alguns estudos sobre tratamentos hormonais pré e pós-menopausa também relacionaram um aumento da incontinência urinária, embora sem a relação causal.

Por estas relações causais é que Dr. Coutinho cita a importância das medidas comportamentais tanto para a prevenção como para o tratamento das incontinências urinárias, as quais se destacam: manutenção de peso ideal; redução do consumo de cafeína, que é um irritante vesical e a realização de exercícios pélvicos sob orientação de especialista. “Este último é, sem dúvida, o melhor método preventivo e infelizmente negligenciado pela maioria das mulheres”, pontua o médico.

O tratamento das incontinências começa pelo diagnóstico correto, sendo que nas incontinências leves por esforço, as medidas comportamentais e fisioterapia pélvica são reconhecidas eficazes. Já as incontinências por urgência (Síndrome da Bexiga Hiperativa) são tratadas também com medidas comportamentais e fisioterapia pélvica, mas na grande maioria dos casos requerem ainda medicações anticolinérgicas, que “acalmam” a bexiga.

“O Botox é indicado nas incontinências de urgências refratárias ao tratamento conservador e têm apresentado resultados muito interessantes em mais de 50% dos casos, relata o especialista”, relata o urologista.

O médico afirma que “o tratamento é simples e requer a aplicação endoscópica do Botox na bexiga a cada 6 meses, que é o tempo de duração dos efeitos da medicação. Não requer internação por mais de algumas horas, mas pode apresentar resultados adversos em até 5% dos casos, caracterizado por retenção urinária, mas reversível”.

Importante destacar que embora outras especialidades possam tratar das incontinências urinárias, o urologista é o que detêm o maior conhecimento fisiopatológico desta disfunção, sendo também o mais bem preparado para a aplicação intravesical do Botox.

Como mensagem final, Dr. Coutinho destaca que poucas mulheres tem consciência da necessidade de prevenir a incontinência urinária , principalmente no que se refere ao conhecimento da anatomia e funcionamento do seu períneo, bem como das técnicas que auxiliam no fortalecimento desta importante musculatura, e que estas fazem grande diferença para atenuação dos avanços de casos que vemos nas estatísticas.

Olá! Meu nome é Cinthia e sou jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Desde 2011, atuo na produção de conteúdo para mídias online e offline, contemplando textos para site, hotsite, landing page, infográfico, newsletter, e-mail marketing, redes sociais (Facebook, Instagram, WhatsApp, Linkedin etc.), material gráfico, e assim por diante. Além disso, trabalho com marketing digital por meio de ações estratégicas de marketing de conteúdo.
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